O capítulo 3 do Manifesto de Buckland é dedicado à análise da Biblioteca Automatizada, que se caracteriza como uma unidade documental em que as colecções são ainda exclusivamente constituídas por documentação em papel, mas o processamento técnico já é feito recorrendo aos benefícios da tecnologia digital.
Estes recursos revelaram-se de fácil aplicação nas bibliotecas.
a) a informação manipulada apresenta já um carácter estruturado e repetitivo, ainda que possa ter níveis elevados de complexidade;
b) produz benefícios imediatos ao nível do reforço da exactidão dos dados, da escalabilidade dos recursos e de eficácia geral no processamento deste tipo de informação; e
c) permite modalidades descentralizadas de acesso aos registos que resultam quer da facilidade da sua reprodução, quer das possibilidades de acesso remoto e distribuído que são oferecidas.
De grande importância neste estádio da evolução das bibliotecas é o imperativo de normalização que ele acarreta. Dois exemplos de normas que para isso concorreram:
- MARC, de MAchine Readable Cataloguing, ou seja, Catalogação Legível à Máquina (Norma ISO 2709, UNIMARC, MARC21, etc.);
- Z39:50, o Linked Systems Protocol, protocolo algo obscuro de pesquisa e recuperação remota de metadados que primeiro impôs a necessidade de compatibilização da informação dos catálogos de diferentes instituições.
As tendências tecnológicas são igualmente importantes:
- crescimento exponencial do poder de computação e das capacidades de armazenamento;
- abaixamento continuado dos custos associados;
- ubiquidade das telecomunicações.
Considerando que o processamento de informação é um trabalho de tipo intensivo em termos de mão-de-obra — que representa cerca de dois terços dos seus custos operacionais — as vantagens tornam-se evidentes. No entanto, apesar de se dever considerar a automatização como um avanço definido para as organizações documentais, os benefícios recolhidos incedem maioritariamente sobre quem presta os serviços, em detrimento de quem utiliza os serviços.